APORRINHADO COM O SELECIONADO NACIONAL

José Lima Santana

Depois da decepção com o nosso Selecionado Nacional (eu detesto essa expressão, mas a uso, só para me martirizar), com os nossos atletas dançando muito mais do que jogando bola, requebrando-se muito mais do que dando passes certos, o que nos aguardará em 2023? Ah, antes de preocupar-me com o ano novo, deixe-me lançar algumas alfinetadas! Ainda sobre o Selecionado.

Muita gente tem criticado o técnico, isto é, o ex-técnico Tite. Não sei a razão disso. Ora, o torcedor brasileiro, em geral, é extremamente exigente. Em duas Copas do Mundo, ele, Tite, não foi capaz de criar táticas que pudessem aproveitar a técnica de cada um dos nossos jogadores? Bem, isso é verdade. Depois da derrocada em 2018, ele pensava que iria abafar no Catar, porque se saiu em primeiro lugar nas Eliminatórias, sem jogar contra a Argentina aquele jogo que a Covid-19 impediu, ou as autoridades sanitárias empastelaram (com razão ou não)? Porque venceu umas tantas partidas amistosas contra uns “timecos” (com todo o respeito), sem defrontar-se com Seleções de peso? Ah, perdeu a Copa América, dentro de casa, para os Hermanos, que se sagraram Campeões do Mundo! E não me venha o Tite dizer que a Argentina contou com as preces do Papa Francisco. Isso não vale!

Antes de preocupar-me com 2023, preciso lançar o olhar sobre 2026. Quem será o substituto do Tite? Um estrangeiro? Pois tem gente que é contra um treinador de fora, para acabar com os passes de dança e impor passes precisos com a bola. Eu, não. Acho bom que venha alguém que tenha na veia a vontade férrea de vencer. Vontade para exibições periféricas já tivemos demais da conta. É hora de reformar tudo o que diz respeito ao Selecionado Nacional (não é bem melhor e mais usual a expressão “Seleção Brasileira”?). Acabar com os dirigentes que querem promover jogadores apadrinhados (ao menos foi o que se comentou após a convocação final feita pelo Tite). Acabar com as firulas de certos jogadores, que se sentem (ou se sentiam) donos do pedaço. É bom de bola? É craque? Mostre isso em campo. Nada de bifes salpicados com ouro em pó. Nada de entrevistazinhas com mútuos elogios. Nada de puxa-saquismos de parte da imprensa, que parece viver noutro Planeta, ou parece estar mamando nas tetas da CBF (riquíssima, por sinal). Eu quero de volta a minha Seleção (vejam como eu sou pretensioso: “a minha Seleção”), a Seleção que cumpra a sua tarefa de ganhar e não desperdiçar as oportunidades, para, depois, cada jogador cair em campo aos berros, como bezerros desmamados. Quantas cenas ridículas de uns marmanjos sem peito para vencer, caindo aos prantos no gramado, após a derrota nos pênaltis para a Croácia. Nos pênaltis! Nem saber cobrar pênaltis nós sabemos. Outros também, não. Mas, os outros que vão se catar.

Deixemos para lá o Selecionado Nacional (continuo detestando essa expressão, mas a uso, não por ser masoquista, mas para irritar seja lá quem for). Estou farto desse futebolzinho pífio verde-amarelo, mais amarelado do que esverdeado. Um maluco da minha rua quis me convencer de que o Selecionado de Tite não se saiu bem no Catar porque as cores da nossa Bandeira foram catadas pela politicagem, pelos arautos da extrema-direita, derrotada, enfim, nas urnas. Conversa mais besta! Tite e companhia perderam porque nunca quiseram ganhar de verdade. Até pensaram que poderiam ganhar. Porém, não passou disso: pensaram. Todavia, não jogaram para tanto. Não jogaram nada.

Bem. Eu nem vou mais tocar em 2023. Vou deixar para outro momento. Falar no Selecionado Nacional deixa-me mentalmente exaurido, sem mais assunto. Talvez seja a idade. Beiro os 68. Meu Deus, 68 foi um ano terrivelmente difícil para o Brasil!

P.S. Não vi graça em Tite, do tamanho do espanador da lua, como dizia minha avó sobre os varapaus, improvisar a dancinha do pombo. Ufa!

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