O coronavírus mudou a rotina das pessoas em todo o mundo. E no Brasil também.

Antonio Carlos Valadares
Ex-senador da República

A partir do momento em que a China, a segunda economia do mundo, identificou e sofreu primeiro os efeitos da crise de saúde, anunciando milhares de mortes, era previsível que o coronavírus se espalhasse para outras áreas do globo terrestre, por sua transações comerciais e intercâmbios turísticos intensos com todos os países.

Os exemplos da Itália e da Espanha , que demoraram além do limite da prudência para evitar a propagação do vírus mortal – onde estão sendo notificadas a cada dia novos casos, e a mortalidade se expandindo -, chamaram a atenção das autoridades brasileiras.

Ainda bem. Antes prevenir do que remediar, diz o velho provérbio.

A contaminação anda com celeridade, e vai ainda mais se multiplicar, caso as regras mundialmente aceitas e divulgadas pelas redes sociais, TVs, rádios e jornais, com base em especial na experiência dos países da Europa, não forem rigorosamente observadas.

O Ministério da Saúde, pressentindo o perigo, assim como Governos Estaduais e Municipais, passaram a orientar a população de como evitar o contágio, e a adotar medidas severas, limitando a circulação de pessoas.

A rapidez no isolamento das pessoas permanecendo em casa, só saindo em casos especiais, notadamente aquelas em faixas de idade de risco, contribuirá para evitar a propagação da doença.

Todos os poderes, demais instituições e pessoas, aqui no Brasil têm que cumprir rigorosamente as regras estabelecidas.

Ruas e praias têm que ser esvaziadas, unidades de shoping center, supermercados, casas comerciais, ou devem ser fechados por completo, ou só podem funcionar em horários pré-determinado para evitar aglomerações e a contaminação.

Neste momento, as nossas fronteiras estão sendo fechadas por via terrestre. A aviação internacional, especialmente a que tem origem nos países ou regiões onde o coronavírus é epicentro, está sendo limitada ou proibida.

Até sessões remotas estão sendo programadas pela Câmara e pelo Senado, quando parlamentares em sessões não presenciais poderão discutir proposições e votar por aplicativos.

Pela primeira vez na história do Senado, em 196 anos de existência, os seus membros votaram on-line, em sessão remota, aprovando o projeto de decreto legislativo de calamidade pública em face da grave crise de saúde que atinge o Brasil provocada pelo coronavírus, e que poderá recrudescer caso o governo não tenha flexibilidade orçamentária para atuar em aberto, sem freios ou contingenciamentos no tratamento de doentes, para evitar a propagação e prevenção da enfermidade antes de sua manifestação.

É verdade que a economia já está sentindo o impacto do ataque indiscriminado, e sem fronteiras do coronavírus. Esse impacto ainda é imprevisível, mas o baque já está sendo sentido nos Estados pela perda da arrecadação, com diminuição da atividade econômica, consequentemente a evolução do desemprego que era estarrecedor antes da crise atual.

No entanto, devo registrar que, sem as vidas humanas não haverá circulação de riquezas, não haverá indústrias, nem tampouco o comércio e a agricultura conseguirão sobreviver.

O mundo precisa de mentes e braços humanos, sem os quais a economia não se movimenta nem evolui.

Portanto, urge que tenhamos neste instante de incertezas, quando alguma coisa invisível a olho nu, embora real, nos ataca – prometendo ceifar milhares de vidas humanas -, união de esforços de todos, sem exceção, para que consigamos atravessar a fronteira do imprevisível, e entremos novamente no mundo da paz e da normalidade.

O brasileiro comum e a partir dos que detêm poder de mando na política e na economia devem dar sua contribuição, na medida de suas responsabilidades, para que esta grande Nação vença o vírus assassino e retome o seu pleno desenvolvimento, preservando vidas e reconquistando os empregos perdidos.

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