João Daniel rebate críticas de jornalista

Insatisfeito com as críticas que lhe foram feitas pelo jornalista Habacuque Villacorte, em sua coluna publicada nesta segunda-feira, 17, o deputado federal João Daniel (PT), através de suas assessoria, divulgou nota pública no início da noite de hoje. Sob o título “Tiro no pé”! João Daniel e o “extermínio” do bom senso em Sergipe”, o jornalista se manifesta contra a posição de João Daniel de denunciar, junto aos Ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos, os assassinatos de quatro jovens no sábado da semana retrasada, no bairro Industrial. Os jovens teriam sido mortos em ação policial.

Leia a nota do parlamentar na íntegra a seguir.

Resposta ao jornalista Habacuque Villacorte

Caro Habacuque Villacorte, sempre gostei de ler a imprensa do meu estado. Independente quem esteja por trás das linhas, seja pelo elogio ou críticas ao meu mandato. Mas ao ler seu último texto, intitulado “Tiro no pé! João Daniel e o ‘extermínio’ do bom senso em Sergipe!” me fez lembrar de como alguns colunistas têm extrapolado alguns limites éticos.

Você é livre para ter suas posições ideológicas e criticar qualquer político, está resguardado pela Constituição Federal, mas como diretor de Comunicação do Tribunal de Contas do Estado (TCE/SE), um órgão responsável pela fiscalização da aplicação dos recursos públicos por parte dos governantes, você precisa repensar se é conveniente manter as críticas que tem feito a algumas prefeituras e políticos em geral. A imparcialidade, bem como a impessoalidade, são obrigatórias no exercício de função pública, para afastar vínculos nocivos.

Sobre suas acusações e juízo de valor, faço a sugestão para que você se abra ao debate e se norteie ao que foi dito e/ou formalizado. O país já sofreu muito com o governo anterior e sua horda bolsonarista adepta das fake-news, isso não pode caber no universo jornalístico, uma profissão digna que é formada, inclusive, para combater a desinformação.

Leia os requerimentos em questão ou até o excelente artigo do nobre advogado criminalista, Junior Oliveira, de título “entenda porque o deputado João Daniel não defende bandidos” que aborda o assunto. Não porque seu título cite o meu nome ou teça qualquer elogio, que não há, mas porque o texto foi capaz de contextualizar com seriedade o debate, os fatos e o que está em jogo.

Vou comentar algumas frases de seu artigo, como: “João Daniel não se retratou com as forças de segurança”. Caro Habacuque, não há o que se retratar porque não houve qualquer ataque. A Lei permite que haja diligências em qualquer procedimento, tal como proíbe os excessos. Uma averiguação feita beneficia a própria polícia que você alega defender, pois seu próprio texto elenca que “existem bons policiais e outros ruins também”, portanto, se os procedimentos seguiram os preceitos jurídicos, significa que a polícia está cumprindo com sua função. Isso seria ruim? Ruim talvez fosse desconsiderar os supostos excessos. Uma polícia abusiva é benéfica à sociedade? Qual o receio mesmo?

Depois você disse; “… tentando tirar algum benefício político às custas da Polícia”. Pelo tom do seu texto, é provável que saiba que este debate não apenas é espinhoso, como tem audiência. Tenho lido, todos, os artigos que saíram e, infelizmente, majoritariamente são carregados de fake-news, juízo de valor e desinformações. Inclusive ‘falando’ coisas que não falei, em nenhum momento. Ou seja, o fácil seria ignorar o tema e seguir meu mandato para não “ser metralhado”. O fácil… Mas eu não estou aqui para ser mais um, ou apenas um. A minha história é de luta, como você deve conhecer, imagino, ela vem da dificuldade, dos enfrentamentos em defesa dos desassistidos, dos pobres. É deste lado que estou! Não preciso “apanhar” dos setores mais reacionários e conservadores para fazer minha política, mas eu preciso enfrentá-los para defender minha coerência e minha dignidade.

Quando você diz “João Daniel poderia, por exemplo, lutar por mais recursos para investimentos em Segurança, por mais cursos e treinamentos, por uma polícia cada vez mais humana e ‘PREPARADA’”, deveria saber que um mandato que luta em defesa dos trabalhadores, luta por todos os trabalhadores, inclusive da Segurança Pública. Já destinamos emenda, inclusive, para aquisição de armamentos (sic). Coloca uma coisa na cabeça, Habacuque, nós não somos contra policiais, pelo contrário, como o demonstrado, estamos ao lado deles, porque são trabalhadores em condições adversas e precisam de apoio. Uma polícia bem treinada e capacitada irá beneficiar TODA a população… Toda a população! Isso inclui combater os excessos.

Por fim, ao afirmar que nossa ação seria “tentar jogar a população contra uma instituição que tem o respeito do povo!”, eu te convido a ter acessos aos dados estatísticos e pesquisas que te confrontam nessa afirmação. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a polícia sergipana é a 2ª que mais mata no país. Além disso, a última pesquisa realizada sobre o assunto, do Datafolha, revelou que, infelizmente, a maioria (51%) da população brasileira tem medo da polícia. Medo! Você acha isso saudável? Eu também não! Então dá tempo de você lutar pela defesa real da Segurança Pública, da verdade e, sobretudo, da Sociedade.

Abraços

João Daniel, Deputado Federal

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O comentário publicado pelo jornalista Habacuque Villacortes é o seguinte.

“Tiro no pé”! João Daniel e o “extermínio” do bom senso em Sergipe!

Inaceitável! A semana na política foi marcada pela polêmica criada pelo deputado federal João Daniel (PT) exigindo junto ao Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos a apuração sobre o que ele chancela de “morte de pessoas negras”; tudo muito positivo se as “pessoas negras” não fossem quatro homens que assaltaram um Policial em Sergipe, roubando sua corrente de ouro e sua arma e, no dia seguinte, durante a captura pelas forças de segurança, ainda reagiram e vieram à óbito!

Estamos falando de quatro pessoas que podem ter atravessado qualquer tipo de dificuldade ou preconceito na vida, mas que não eram inocentes! Eram assaltantes, armados, e que enfrentaram as forças policiais, deputado! A polícia, muitas vezes discriminada, sobretudo após o governo de Jair Bolsonaro (PL), foi tratada como “inimiga” por um parlamentar, eleito para defender os direitos do povo, sim, mas o PM, o policial civil, o guarda municipal ou vigilante que sai de casa para trabalhar, para proteger alguém ou algo, também é ser humano, deputado!

E, pior que isso: não bastasse pedir a apuração da morte de supostos criminosos, João Daniel não se retratou com as forças de segurança e ainda falou em extermínio!!! Calma, deputado! Quantos militares, policiais civis, guardas e vigilantes, brancos e negros, são “exterminados” diariamente pelo crime no Brasil? Por que vossa excelência não faz a defesa de nenhum deles? Não interessam ou não pertencem ao seu eleitorado?

Existem bons policiais e outros ruins também; como temos bons e péssimos gestores, bons e péssimos comunicadores bons e péssimos políticos…A sociedade precisa de saúde, educação, assistência, dignidade, de comida e emprego, mas ela também clama por segurança! Não se pode inverter os papéis, deputado! Se estivéssemos falando de quatro jovens, sem qualquer registro de crime, que estavam em suas comunidades e que foram vítimas de algum tipo de tipo de violência policial, aí sim caberia a defesa intransigente de João Daniel!

Mas questionar, ou melhor, insinuar que houve uma chacina tentando tirar algum benefício político às custas da Polícia, é um pouco demais, ou não deputado? João Daniel poderia, por exemplo, lutar por mais recursos para investimentos em Segurança, por mais cursos e treinamentos, por uma polícia cada vez mais humana e preparada”! E não, de alguma forma, tentar jogar a população contra uma instituição que tem o respeito do povo!

Para este colunista, em síntese, por ironia do destino, João Daniel deu um “tiro no pé”! Ao tentar defender pessoas acusadas da prática de roubo, ao tentar questionar a morte de bandidos que ousaram enfrentar as forças policiais, findou conquistando o título de “exterminador do bom senso”. E, sendo ainda mais objetivo: entre o bandido branco ou negro, entre o assassino branco ou negro, deputado, este colunista vai sempre ficar com quem tem a missão de preservar a segurança da sociedade. Gostando ou não é na polícia em quem devemos confiar…

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