Prof. Dr. Lucindo José Quintans Júnior. Farmacêutico e Docente do Programa de Pós-Graduação
em Ciências da Saúde – UFS.
Prof. Dr. Ricardo Queiroz Gurgel. Médico Pediatra e Docente do Programa de Pós-Graduação
em Ciências da Saúde – UFS.
A Universidade Federal de Sergipe (UFS) tem se destacado consistentemente ao longo da
última década como uma instituição de ensino superior (IES) que obtém posições de destaque em
diversos rankings, tanto a nível nacional quanto internacional. No mais recente ranking global do
Center for World University Rankings (CWUR), uma organização dos Emirados Árabes Unidos que
publica um ranking acadêmico desde 2012, que tem grande reputação internacional e foi divulgado
na semana passada, a UFS foi classificada como uma das 40 melhores instituições de ensino
superior do Brasil. Esse ranking inclui aproximadamente 2 mil universidades em todo o mundo. Os
rankings internacionais adotam critérios distintos e utilizam bases de dados abrangentes que
abordam uma ampla gama de informações complexas. Portanto, é indiscutível a notável evolução
da UFS, que aparece em posições de prestígio na maioria desses rankings, consolidando sua
reputação como uma universidade com sólidos pilares no ensino, na pesquisa e na extensão.
A última avaliação quadrienal conduzida pela CAPES, uma fundação vinculada ao MEC
para formação de pessoal de alto nível no ensino superior, fornece outro indicador significativo da
qualidade da UFS. Nessa avaliação, as notas dos programas de pós-graduação da universidade
aumentaram em 46%, demonstrando um progresso notável. Além disso, a UFS alcançou um marco
inédito e pioneiro em Sergipe, com dois programas de excelência (nota 6 pela CAPES): o Programa
de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) e a Rede Nordeste de Biotecnologia
(RENORBIO), este último sendo um programa em rede. É importante ressaltar que programas com
notas 6 e 7 são considerados centros de excelência pela CAPES.
Qual é a contribuição da pesquisa no PPGCS para essa evolução? Existem diversos
indicadores de sucesso, mas vamos nos concentrar em dois: produção científica e reputação. De
acordo com a plataforma Scival, da empresa europeia Elsevier, que analisa o desempenho da
pesquisa global por meio de publicações de artigos, a UFS é responsável por aproximadamente 90%
de todo o conhecimento científico gerado em Sergipe apenas na última década. Os dados da Scivalmostram que parte desse conhecimento científico está concentrado nas áreas de Ciências da Saúde,
Ciências Agrárias e Biológicas, e Ciências Exatas. No entanto, o acesso limitado da Scival a outras
áreas nas quais a UFS se destaca pode explicar por que os dados das Ciências Humanas e Sociais
são menos proeminentes na plataforma. Apesar disso, a plataforma registra que quase 69% dos
artigos publicados pela UFS transitam pelas áreas de Ciências da Saúde e Vida, inclusive sendo
publicados nos periódicos científicos mais renomados do mundo. Para ilustrar o protagonismo da
UFS, em 2019, a Clarivate Analytics, uma empresa pertencente à maior editora americana, premiou
a UFS como a instituição de maior impacto do Brasil em pesquisas na área de Ciências da Saúde.
A reputação da UFS é constantemente fortalecida pela inserção de seus pesquisadores em
rankings que avaliam a influência científica de seus trabalhos e pesquisas, tanto na América Latina
quanto em nível global. No recente “AD Scientific Index 2023”, um sistema de classificação que
analisa o desempenho científico e o valor agregado da produtividade científica dos pesquisadores, a
UFS teve 23 professores incluídos, dos quais 11 (47,8%) estão ligados ao PPGCS. Essa presença
evidencia a relevância do programa no campo científico e na notabilidade da UFS.
Outro aspecto que fortalece a reputação de uma IES é a excelência de seus ex-alunos. O
PPGCS tem formado pesquisadores que alcançam reconhecimento nacional e internacional,
inclusive alguns deles se tornando professores notáveis dentro do próprio programa. Muitos desses
ex-alunos, agora docentes, são renomados pesquisadores que transitam nos mesmos rankings, e até
mesmo em posições superiores, em comparação aos seus ex-orientadores. Esses pesquisadores têm
se destacado como importantes contribuintes em estudos sobre a COVID-19 no Brasil, possuem
vasta experiência internacional e estão na vanguarda da pesquisa em busca de conhecimento
avançado.
Adicionalmente, o PPGCS desenvolve importante papel na formação de Doutores em outros
centros, chamado Programa de Cooperação Interinstitucional (PCI), pois concluímos este ano a
turma de docentes da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL) com 14
alunos titulados e estamos iniciando outra turma, agora com as Universidades de Federal de
Campina Grande – PB (Campus de Cajazeiras) com 15 alunos e com a Universidade Federal do
Cariri – CE (Campus de Barbalha) com 4 alunos. Essas atividades, que somente programas de pós-
graduação de excelência (Notas 5, 6 ou 7) podem ministrar, são muito bem avaliadas pela CAPES e
reforçam nosso compromisso em melhor qualificar o ensino superior (principalmente da nossa
região) e de disseminar a cultura da boa investigação científica em nosso meio.
Portanto, o PPGCS é uma referência na pós-graduação da UFS, e seu próximo desafio é
atuar solidariamente na consolidação de outros programas da instituição e da região e na
internacionalização de nossa pesquisa e pós-graduação.
COLUNA CIÊNCIA E SAÚDE – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA
SAÚDE – COLUNA 204
Editor: Prof. Dr. Ricardo Queiroz Gurgel
Coordenadora PPGCS: Prof. Dr. André Sales Barreto